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Um homem chamado Marcos Rodríguez Pantoja, viveu a maior parte de sua vida nas montanhas da Espanha ao lado de lobos, javalis e cobras, sem contato algum com seres humano. Sendo assim, talvez, um dos poucos que estão tão perto quanto possível de ser “criado por lobos”.
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Atualmente aos 72 anos, ele concedeu uma entrevista ao jornal espanhol El País, e contou sobre sua vida e experiências de integração na sociedade em que vivemos. Essencialmente, ele acredita que o mundo dos seres humanos é uma droga, e que ele estava mais feliz vivendo entre os lobos.
Na década de 50, ele tinha cerca de seis anos de idade, sua família abusiva vendeu-o a um fazendeiro de cabras que morava nas montanhas da Sierra Morena. Pouco depois, o velho pastor de cabras morreu. Com muito medo de retornar às memórias de sua infância abusiva, ele então começou a se defender sozinho usando técnicas básicas de sobrevivência ensinadas pelo fazendeiro e observando os animais em seu estado selvagem. E nos 15 anos seguintes, ele alega ter vivido em cavernas onde “fez amizade” e interagiu com lobos e outros animais da cordilheira.
Gabriel Janer Manila, um antropólogo que escreveu sua tese sobre Marcos, explica que ele confirmou grandes partes de sua narrativa pessoal, contudo, outros aspectos de seu testemunho devam ser cuidadosamente interpretados.
“Marcos não nos conta o que aconteceu, mas o que ele acredita aconteceu”, disse Manila à BBC em 2013. “Mas é o que todos nós fazemos – para apresentar nossa opinião sobre os fatos.”
“Quando Marcos vê uma cobra e lhe dá leite, e então a cobra volta, ele diz que ela é sua amiga. A cobra não é sua “amiga”. Ela só estaria lhe seguindo porque ele lhe dá leite. Ele diz que “ela te protege” porque é isso que ele acredita que aconteceu.”
Ele foi resgatado do deserto aos 19 anos pela Guarda Civil Espanhola. Desde então, seu retorno à sociedade tem sido um desafio. Ele diz que tem sido explorado por chefes na indústria hospitalar e de construção, bem maltratado em sua vida fora do trabalho. Observa-se que ele luta com a frieza emocional do mundo humano.
“Eles riem de mim porque eu não sei sobre política ou futebol”, disse recentemente ao jornal El País.
Ele tentou voltar à vida selvagem mais tarde, mas disse: “tudo não é o que costumava ser”, porque os lobos não o aceitam mais. Felizmente, sua história não é toda sombria assim: ele ainda gosta de contato humano e é considerado amigo de muitos de seus vizinhos, sendo que até existem ONGs o apoiando.
Ele é uma das poucas “crianças selvagens”, que passaram parte da infância longe do contato humano. Embora suas experiências sejam muitas vezes difíceis, elas fornecem dicas sobre como fora sua infância, psicologia e o que significa ser humano em seu ponto de vista.