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Um menino de quatro anos de idade se pendura em uma sacada na França. Um adulto que está perto parece incapaz de ajudar, e tudo indica que o final da história será trágico – até que aparece um homem que mudaria todo o destino do garoto.
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Mamoudou Gassama escalou a parede do edifício, subiu por quatro andares e conseguiu resgatar a criança. Mas a sua história é muito mais especial do que você imagina. Mamoudou é um imigrante que cruzou o Mediterrâneo desde a Líbia, sonhando com uma vida melhor do que a que levava em seu país.
Agora, para o mundo todo, ele é o “Homem-Aranha do 18” – referindo-se ao bairro de Paris onde ocorreu o episódio. Somando valentia e agilidade, o homem escalou de uma sacada até a outra, enquanto a multidão lá embaixo torcia por ele.
O imigrante Mamoudou Gassama se transforma em um herói em um mundo racista e xenófobo, que muitas vezes afasta e marginaliza os cidadãos que chegam de outros países em busca de melhores condições de vida. Isso é uma realidade na França, mas também ocorre em diversas cidades brasileiras que recebem imigrantes.
A atitude heroica de Mamoudou não foi relevante por conta da vida que ele salvou, mas também por servir como um golpe direto nos estereótipos e construções sociais preconceituosas que muitas pessoas ostentam.
Com 22 anos de idade, Mamoudou nasceu em Mali, país da África Ocidental, antiga colônia da França. De acordo com o jovem, ele já viajou por Burkina Faso, Nigéria e Líbia antes de cruzar o perigoso Mar Mediterrâneo até a Itália e chegar finalmente à França, em setembro do ano passado. De acordo com a ‘BBC’, esse tipo de viagem é uma espécie de ‘rito’ para o grupo étnico Soninke – ao que pertence Mamoudou -, um tipo de passo para a vida adulta.
Após sua chegada, ele começou a morar em um centro de recepção em Montreuil, a leste de Paris. Sua vida não estava sendo nada fácil. E agora, ele tem seus documentos atualizados e um posto no corpo de bombeiros de seu distrito.
AP
O jovem que sonhava em ter a documentação necessária para viver de forma legal no país nem sequer sonhava que o próprio presidente da França, Emmanuel Macron, lhe concederia tais documentações, com um profundo olhar de gratidão. Isso tudo em meio à épocas em que as políticas de imigração da França começam a endurecer.
Somente cinco pessoas receberam a residência por “talento excepcional ou serviços prestados à comunidade” em 2017, modalidade em que se enquadrou Mamoudou.
De todas as formas possíveis, Mamoudou entrou para a história.
Confira o vídeo: